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Peugeot pronta para ganhar “Dakar” 2018

30 June , 2017

Não é Bruno Famin, o director da Peugeot Sport, nem tão pouco os pilotos da equipa que o afirmam, mas sim fontes da própria organização do Rali Dakar, auscultadas pela revista Todo Terreno. O novo 3008 DRK Maxi, que acabou de ser revelado, não é mais a “arma secreta” para que a Peugeot conquiste já em 2018 a sétima vitória nesta maratona. Contamos-lhe o que deve saber…

A estreia vai acontecer no próximo dia 7 de Julho, quando Sébastien Loeb alinhar à partida do Silk Way Rally, mas o novo Peugeot 3008 DRK Maxi é, essencialmente, o carro que a marca está a preparar para o próximo “Dakar”.

E a avaliar pelo que se sabe desde já deste carro, tudo aponta para que seja mais um passo adiante face a toda a concorrência, de tal modo que mesmo entre os responsáveis pela organização do Rali Dakar, há desde já o sentimento de que “a Peugeot reúne todas as condições para ganhar outra vez”, confidenciou à revista Todo Terreno uma fonte da A.S.O., que nos falou sob o compromisso do anonimato: “Gostaríamos que houvesse um maior equilíbrio e inclusive temos vindo a procurar isso através de alterações ao regulamento, reduzindo o peso aos 4×4 e aumentando-o aos 4×2”, como são os protótipos da Peugeot. “E também preconizámos uma redução ao curso da suspensão dos 4×2, cientes de que esse é mais um dos factores que confere grande vantagem aos carros da Peugeot”, disse-nos a mesma fonte.

O nosso interlocutor adiantou que “tal como não podemos obrigar os adversários da marca que tem dominado nestes últimos dois anos a investir mais para melhorar os seus veículos e torná-los mais competitivos, também não temos como impedir que os engenheiros da Peugeot trabalhem no sentido de encontrar novas soluções para fazer face às alterações do regulamento técnico”. Ora é precisamente este um dos grandes segredos do novo 3008 DKR Maxi, muito embora este carro tenha começado a ser construído antes mesmo da A.S.O. ter proposto introduzir mudanças no regulamento técnico do Rali Dakar.

Projecto nasceu ainda em 2016

Quem o explica é o próprio director da Peugeot Sport: “Começámos a trabalhar nesta nova geração do 3008 DKR ainda antes de termos arrancado para este último Rali Dakar”, em Janeiro passado. “Os nossos engenheiros têm como missão prosseguir os seus esforços e estudar novas pistas que conduzam a melhoramentos técnicos”, declarou Bruno Famin.

Esta é, no fundo, uma pesquisa contínua. Em Outubro do ano passado, quando Carlos Sainz estreou o 3008 DRK no Rali de Marrocos, desde logo ficou evidente que se tratava de uma importante evolução, face ao 2008 DKR 16. E os resultados neste “Dakar” confirmaram isso de uma forma que inclusive superou todas as expectativas: o novo carro permitiu aos pilotos da Peugeot “não só monopolizar os lugares do pódio, como vencer quase todas as etapas, sem darem a mais pequena hipótese aos adversários para contrariarem este domínio”, recordou à revista Todo Terreno a mesma fonte anónima da A.S.O., para quem, face às novidades agora apresentadas, “tudo aponta para que no próximo ano esse domínio se repita e não estranharia mesmo que a Peugeot terminasse com quatro carros nos quatro primeiros lugares, mesmo sabendo que tamanha supremacia pode ter um peso negativo no impacto mediático da prova”.

Assim que saiu dos estiradores e computadores do gabinete de projectos para os ateliers de montagem e preparação da Peugeot Sport, o novo Peugeot 3008 DKR Maxi foi intensamente ensaiado em três cenários muito distintos. Primeiro rolou ainda em França, para verificar a validade das alterações introduzidas e para acertá-las. Depois, e ainda sob uma carroçaria do 3008 DKR, a marca veio até Portugal, ao Algarve, para alguns dias de testes, realizados por Stéphane Peterhansel. Finalmente, para afinar tudo e estabelecer o ponto de equilíbrio para que possa ser estreado no próximo mês com chances de sucesso, os pilotos encontraram-se no nordeste de Marrocos, na região de Erfoud, para os ensaios mais duros. E outros haverá depois do Silk Way…

Mas, em concreto, o que podemos saber do novo 3008 DKR Maxi? Na verdade, muito pouco. Bruno Famin limitou-se a revelar que a diferença mais significativa, ou pelo menos a mais evidente, por ser facilmente perceptível à vista, é o alargamento das vias, através da expansão cinemática das suspensões, que crescem 10 centímetros de cada lado. Isso faz com que a largura do 3008 DKR Maxi aumente para 2,40 metros, contra os 2,20 metros do 3008 DKR. Este alargamento dos eixos foi acompanhado por mudanças nos triângulos da suspensão, inferiores e superiores, e também nas hastes e nos semi-eixos da transmissão que, naturalmente, acompanham o acrescento.

Em termos práticos, “estas mudanças resultam num comportamento mais estável”, considera Sébastien Loeb. O piloto a quem foi confiada a missão de estrear o 3008 DKR Maxi explica, a propósito, que “agora que é mais largo, as sensações que temos ao volante são um pouco diferentes. Em caminhos estreitos e mais técnicos, revela-se mais pesado, mas parece-me que isso é compensado com o que ganhamos em termos de estabilidade e condução, que é verdadeiramente melhor. O carro tem agora menos tendência a rolar sobre si, o que nos dá muito mais confiança para atacarmos e o fazermos deslizar de lado”.

Carlos Sainz, a quem coube uma parte substancial do trabalho de desenvolvimento do novo Peugeot 3008 DKR Maxi, subscreve a opinião de Loeb e precisa que “além de nos permitir curvar mais depressa, sinto que os ganhos são também muito importantes em termos de estabilidade nos traçados mais rápidos e ainda nos mais duros”. O espanhol considera que a Peugeot já atingiu um nível tal de competitividade com estes protótipos, que “é cada vez mais difícil melhorar o que está feito”, daí não hesitar em afirmar que “o trabalho dos engenheiros é notável!”

Entusiasmado com a estreia do 3008 DKR Maxi, Sébastien Loeb detalhou algumas das vantagens que reconhece no novo carro: “Com as suas novas vias largas e as rodas enormes, podemos ir a qualquer lado e direi mesmo que o ponto mais forte do 3008 DKR Maxi é a sua aptidão para andar fora das pistas. Talvez não seja tão ágil nas pistas que se assemelham aos troços cronometrados dos ralis, mas este é o território mais favorável aos 4×4”, diz Loeb, reiterando que “o ponto forte do nosso carro é podermos atacar com toda a confiança, e sobretudo nas dunas” – que serão o “prato forte” dos primeiros quatro dias do Rali Dakar 2018, logo à saída de Lima e até ao momento em que a caravana começará a subir os Andes em direcção à Bolívia.

De Moscovo a Xian em 15 dias

Já em contagem decrescente para a estreia, Sébastien Loeb não estará sozinho no Silk Way Rally. Nesta edição da prova organizada pelo recordista de vitórias em camião no “Dakar”, o russo Vladimir Tachguine, que durante anos liderou a equipa da Kamaz, ao lado do novo 3008 DKR Maxi de Loeb estarão dois 3008 DKR com as especificações que conhecemos do último “Dakar”.

Um será entregue a Stéphane Peterhansel e o outro terá ao volante Cyril Despres, que alinha com a especial responsabilidade de renovar a vitória que conquistou o ano passado, naquela que foi a sua estreia a vencer uma prova ao volante de um automóvel. Os favoritos a vencer esta maratona resumem-se a este trio de pilotos e aos seus Peugeot.

A prova, adiante-se, arranca dia 7 de Julho em Moscovo e atravessará, além da Rússia, o Cazaquistão e a China, onde terminará a 22 de Julho, depois ter percorridos cerca de 10 milhares de quilómetros. Às pistas das estepes cazaques, adicionam-se, como maiores dificuldades, as dunas de areia do deserto do Gobi. Que comece a corrida!

Revista Todo Terreno


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