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Aventura é dar a Volta a África em UMM

15 October , 2019

O projecto já não é de hoje. E reflecte a determinação de Victor Moniz em concretizar o sonho de ligar Lisboa a Luanda de moto. Começou a viagem na Primavera de 2017, mas ficou na fronteira da Nigéria. Mais tarde, já com novos companheiros, uma queda deixou-o na Nigéria; dentro de um mês espera arrancar pela terceira vez. Ao encontro de Victor Moniz, sairam ontem de Lisboa Hélio Rodrigues e Daniel Amaro. Para estes dois aventureiros, aventura é dar a Volta a África em UMM: conduzem um Alter II de 70 cv, produzido em 1990 para a frota da Guarda Nacional Republicana. E contam que em seis meses atravessem todo o continente africano. De norte a sul e vice-versa!

Quando dizemos que aventura é dar a Volta a África em UMM, temos consciência que Hélio Rodrigues e Daniel Amaro têm um enorme desafio pela frente. E não tanto pelos cerca de 40.000 quilómetros que estimam percorrer em 180 dias. Nem sequer porque irão enfrentar inúmeras etapas onde o desconhecimento será total. O que vai marcar mesmo esta aventura é o facto de a empreenderem com um clássico do todo terreno…

O UMM Alter II que Victor Moniz comprou para que os seus companheiros vão ao seu encontro até à Nigéria é um “veterano” da Guarda Nacional Republicana. Se fosse um militar, que tivesse entrado como “Praça”, no mínimo teria passado à disponibilidade como Primeiro Sargento. Mas trata-se apenas de uma viatura; foi recebida em 1990 com meia-dúzia de quilómetros, percorridos entre a fábrica da UMM e os parques de estacionamento e preparação para entrega. E volvidos estes 29 anos, já não está ao serviço da GNR, mas o odómetro marca um pouco mais de 277 mil quilómetros.

Terceira fase de um projecto cheio de determinação

UMM Alter II Volta a África
COM 277 MIL QUILÓMETROS PERCORRIDOS EM PATRULHAS, COM A GUARDA NACIONAL REPUBLICANA, ESTE UMM ALTER II DE 70 CV DESEMBARCA AINDA ESTA MANHÃ EM TÂNGER, PARA INICIAR UMA LONGA VOLTA A ÁFRICA

Na primeira abordagem desta viagem, em 2017, Victor Moniz usou com veículo de apoio um Dacia Duster 1.5Dci. E o carro arrancou para África tal como, uns dias antes da partida, tinha saído do stand: absolutamente de série. Nem os pneus de estrada trocou. E se insistimos imenso em que o fizesse, a verdade é que o Dacia chegou ao Benin sem nunca ter sofrido sequer um furo. Uns meses depois, ao tentar retomar o percurso, Moniz fez integrar no seu projecto dois jovens que tinham o seu próprio plano. Partiram num velho Land Rover Discovery para dar a Volta a África e de caminho, Tiago e Gabriel encontraram Victor no Benin. Mas uma queda já na Nigéria impediu Victor de prosseguir…

“O projecto só ficará completo quando conseguir chegar a Luanda aos comandos da minha Yamaha Ténéré”, garantiu à Todo Terreno este português da Anadia, que reside em Angola há vários anos. “Mal tinha recomeçado a viagem, quando cai devido a uma distracção, em Lagos. A moto nada sofreu, mas eu sim. E tive de ser evacuado, para tratamento às lesões num pé”, recorda Victor Moniz.

Passados dois anos sobre a segunda interrupção, a viagem vai recomeçar com a terceira tentativa. “E quero acreditar que seja como o ditado popular, ou seja, que à terceira será de vez!” – diz-nos, confiante, Victor Moniz.

Usar um “clássico” como o UMM aumenta o desafio

UMM Made in Portugal
COMPLETAR A VIAGEM LISBOA-LUANDA TENDO COMO VEÍCULO DE APOIO UM CARRO EMBLEMÁTICO DE FABRICO PORTUGUÊS FAZ PARTE DO SONHO DE VICTOR MONIZ. DEPOIS DA ESCALA EM ANGOLA, O UMM IRÁ PROSSEGUIR ATÉ À ÁFRICA DO SUL E DEPOIS REGRESSA À EUROPA PELA COSTA ORIENTAL AFRICANA…

“A escolha do UMM como novo veículo de apoio reflecte o meu desejo de homenagear a marca portuguesa”, justifica o responsável pelo projecto da Volta a África. “Os UMM tornaram-se lendários desde que foram correr o Rali Dakar e terminaram sempre. Isso fez-me pensar que um UMM também pode aguentar uma maratona como esta viagem”, tanto mais que o ritmo não será o da corrida.

Este UMM Alter II, com motor diesel Peugeot de quatro cilindros em linha e 2,5 litros, tem apenas 70 cv de potência. Mas dispõe de tracção integral inserível e caixa de transferências com relações longas e curtas. Mesmo com uma potência mínima, sempre foi uma máquina a vencer obstáculos. E o percurso prevê-se rolante. Daí que, embora Victor Moniz considere que “usar um clássico como o UMM aumenta o desafio”, não tem dúvidas em como “o carro vai chegar ao fim!”

Dar o exemplo aos candidatos a aventureiros

Victor Moniz pretende também dar um exemplo aos candidatos a aventureiros. “Para cumprir um sonho como este, não temos de ser milionários”, avisa. “Entre a aquisição e a revisão geral que mandei fazer até estar pronto para partir África abaixo, os gastos foram reduzidos”, adianta: “Não gastei mais de 7000 euros e conto que quando a viagem terminar, ainda tenha carro para andar!”

Quanto à preparação, Moniz revela que “nem isso lhe podemos chamar. Apenas me preocupei em verificar todos os órgãos essenciais e confirmar que tudo está a funcionar devidamente. Chegar a Luanda será uma vitória tão impactante quanto o foi em 1982 para a UMM, conseguir terminar o Rali Dakar”, considera o aventureiro.

A revista Todo Terreno é parceira desta aventura desde o primeiro momento. E prometemos ir dando conta do evoluir da viagem!

A Todo Terreno na Volta a África
A REVISTA TODO TERRENO É UM DOS PARCEIROS DA VOLTA A ÁFRICA. E VAMOS ACOMPANHAR A EXPEDIÇÃO DE VICTOR MONIZ, HÉLIO RODRIGUES E DANIEL AMARO. A MEMÓRIA DE JOSÉ MEGRE TAMBÉM ESTÁ PRESENTE, PORQUE AVENTURA É DAR A VOLTA A ÁFRICA EM UMM!

Texto: Alexandre Correia

Fotos: Hélio Rodrigues/Volta a África


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