Pedro Meireles e Mário Castro abriram a época a vencer e levaram o Skoda Fábia R5 à vitória no Rally Serras de Fafe. Depois de uma prova plena de emotividade, marcada por um “golpe de teatro” na manhã de domingo, segundo dia de prova, a dupla aproveitou da melhor forma a desistência de Moura e Costa, líderes desde o início, chegando ao comando a 3 especiais do fecho do rali. “Foi muito bom começar o ano com o pé direito a vencer. Acho que eu e o Ricardo ontem estávamos com mais ritmo do que os outros adversários, mas infelizmente tivemos um problema que nos afastou bastante da liderança. Entretanto rapidamente recuperamos o segundo lugar e hoje partimos focados em conquistar o primeiro lugar. Foi o que fizemos! Como se sabe, trinta segundos em Fafe são uma enormidade. O Ricardo teve o problema que teve e nós aproveitamos. Estou satisfeito com o nível de competitividade que demonstramos no rali”.
Ricardo Moura e António Costa (Ford Fiesta R5) dominaram a prova desde o primeiro momento, mas esta manhã, quando tinham uma vantagem que aparentemente lhes permitira controlar as três classificativas que faltavam, foram impedidos de ganhar, devido à ruptura de um braço de suspensão. “Fomos sempre muito rápidos e competitivos e aumentámos constantemente a nossa distância para os principais adversários. Provámos que estamos cada vez melhor preparados, fruto de um trabalho constante com a ARC Sport. Evoluímos muito desde o ano passado, tendo efetuado em Fafe todo o traçado sem hesitações, com saltos impecáveis, enfim, tudo limpinho… Uma coisa é certa, o carro está excelente. Não vencemos, mas penso que conseguimos dar um ótimo retorno aos Açores e aos nossos patrocinadores. Liderámos de forma inquestionável desde o primeiro troço”, disse Ricardo Moura
É a terceira vez que Ricardo Moura abandona em Fafe na condição de líder da prova (2014; 2016 e 2017), depois da vitória em 2015. Desta vez o piloto açoriano era líder desde o primeiro troço, tendo registado sete vitórias em especiais de classificação, numa altura em que faltavam apenas três troços para terminar o rali e contava com 42,3 segundos de vantagem. Mais um azar por terras minhotas.
Com o abandono de Moura, coube a Fontes e Meireles assumirem os “custos” do rali e foi de olhos postos na vitória que ambos enfrentaram as derradeiras passagens pelas especiais de Luílhas e Lameirinha. Para o piloto do Citroën o resultado final acabou por reflectir em boa parte as sérias dificuldades sentidas de tracção sentidas pelo piloto logo desde o arranque da prova: “foi duro cumprir este rali. Debatemo-nos desde o início com uma grande dificuldade em colocar no chão a potência do carro, e esta condicionante acabou por tornar-se mais visível nas segundas passagens, também pelo facto de os troços se apresentarem bastante degradados. Sinto que que podíamos ter feito muito mais, mas o resultado final acaba por ser positivo. Assegurámos o primeiro pódio e esta é naturalmente uma boa maneira de iniciar a defesa do título. Foi um fim-de-semana bastante mais exigente do que o esperado, mas isto faz parte das corridas e agora há que começar a trabalhar para reunir as melhores condições para a próxima ronda, em asfalto, em Castelo Branco, daqui a menos de um mês…” esclarecia no final José Pedro Fontes que não deixou, porém, de valorizar a exibição dos seus principais rivais, sublinhando “o excelente resultado do Pedro Meireles, a quem aproveito para dar os parabéns pela vitória, mas também ao Ricardo Moura pelo forte andamento que impôs enquanto esteve em prova.”
Ultimo degrau do pódio para João Barros/Jorge Henriques (Ford Fiesta R5), mercê de uma regularidade impressionante ao longo de todo o fim-de-semana.
Na Produção a vitória foi para Ricardo Teodósio e José Teixeira (Mitsubishi Lancer EVO X) “Fizemos sempre o rali da mesma forma. Só no último troço, em três ou quatro pontos é que aliviamos um pouco. Andamos sempre o mais que pudemos e o carro portou-se cinco estrelas. O carro como é um Grupo N, é muito pesado e claro que podia andar um pouco mais, se fosse em R4 ficava bastante mais leve, com menos cerca de oitenta quilos, mas estamos muito felizes com o nosso resultado
Pedro Antunes e João Leonês (Peugeot 208) venceram as duas rodas motrizes. “No primeiro dia estávamos com bom ritmo. Conseguimos ganhar alguma vantagem sobre os nossos adversários mais directos. Hoje foi mais calmo, apesar de termos furado logo no primeiro troço. Tivemos um furo e a partir daí tivemos que seguir mais cautelosos porque já não tínhamos rodas suplentes. Penso que seguimos com qualidade até ao fim!”.
O Rally Serras de Fafe ficou marcado pela presença de largos milhares de espectadores, quer nas classificativas, quer na super-especial urbana de Fafe, que foi estreada no ano em que esta prova comemora 30 edições na Catedral do Ralis.
O Nacional de Ralis terá a sua segunda prova, dentro de três semanas, com a discussão do Rali de Castelo Branco.
por: Albano Loureiro