José Pedro Fontes é o novo Campeão Nacional de Ralis sucedendo a Pedro Meireles. Dois protagonistas na prova algarvia, implicados nos destinos dos resultados finais de 2015. Entre um lote de protagonismos neste último rali do ano, destacar de forma evidente a vitória clara e inequívoca de Ricardo Moura que subiu ao lugar mais alto do pódio com 2m16 de vantagem sobre José Pedro Fontes que, no penúltimo troço da prova, subiu à segunda posição após paragem de mais de quatro minutos de Pedro Meireles devido a um furo. E foi precisamente a paragem de Meireles que contribuiu para o sucesso de Fontes ao conquistar o título de campeão. Antes da segunda passagem por Ameixial, Ricardo Moura tinha o título na mão, pois com Meireles no 2º lugar e Fontes no 3º, o rótulo sorria a Moura. Com a subida de Fontes ao 2º lugar o campeão de 2015 passou a ser o piloto do DS3 R5. Coisas que fazem parte das corridas! Claro que sim, pois até os carros entrarem em parque fechado tudo pode acontecer. A 4ª vitória do ano de Ricardo Moura não chegou para o piloto açoriano alcançar o seu 4º título absoluto. Quem alcançou o seu primeiro título absoluto nos ralis nacionais foi José Pedro Fontes. Uma luta que o piloto perseguia há inúmeros anos, e que finalmente conseguiu alcançar este ano no Algarve. Uma prova organizada pelo Clube Automóvel do Algarve que regressou este ano aos troços de terra, com muitas disfunções organizativas. Com o centro nevrálgico instalado em Loulé, a prova dividiu no entanto as zonas de assistência entre a cidade algarvia e Cortelha, dificultando a logística das equipas participantes.
Mas regressando à estrada, de realçar que a prova teve apenas dois líderes. Ricardo Moura da 1ª à 3ª especial de classificação, depois a agradável surpresa chamada Carlos Vieira viria a ocupar a liderança após o 4º troço, para no dia seguinte Moura voltar à liderança logo na 5ª especial, para não mais perder essa posição. O piloto açoriano Campeão Nacional em 2011, 2012 e 2013, viria a dominar os acontecimentos num tipo de terreno que lhe é especialmente grato. As especiais de terra davam ânimo a Moura para lutar pela reconquista do título, embora a excelente prestação de Carlos Vieira, também em Ford Fiesta R5, tenha chegado a fazer estremecer diversas previsões. Carlos Vieira, um especialista em asfalto e proveniente das provas de velocidade, fez no Algarve o seu segundo rali em terra, demonstrando que virá a ser um caso muito sério em 2016. Dotado de uma condução rápida e eficaz, Vieira viu no entanto a defesa da liderança cair por terra logo no primeiro troço da segunda etapa devido a um toque, situação que até tinha sido prevista de véspera pelo piloto, que admitiu estar a rolar nos limites. A partir desse momento Ricardo Moura tomou conta do rali, com o ainda campeão nacional Pedro Meireles a levar o Skoda Fabia R5 à segunda posição, seguido de perto por outro Skoda Fabia, mas da geração anterior, o S2000 de um muito promissor Carlos Martins, que também promete novos feitos para a próxima época. Precisamente com os dois concorrentes colocados entre Ricardo Moura e José Pedro Fontes, então 4º classificado, tudo levava a pensar que o piloto açoriano iria voltar a fazer uma festa do título no Algarve. Mas as previsões mais entusiastas não passavam disso mesmo. Na especial seguinte Fontes subia para 3º devido a mais problemas de Vieira e na penúltima para 2º devido à paragem de Meireles. No derradeiro troço o ânimo de Fontes contrastou com o esmorecimento de Moura. O piloto do DS3 preparava-se para festejar o primeiro título de ralis da sua carreira e o piloto açoriano via fugir por entre os dedos a possibilidade de conquistar o 4º título da sua carreira. Uma prova muito emotiva com esclarecedores indicadores do que poderá vir a ser no futuro o Campeonato Nacional de Ralis. E com um pódio constituído pelo vencedor Ricardo Moura, José Pedro Fontes, o novo campeão, a 2m16 e Carlos Martins no 3º posto a 2m56, no Algarve brilharam ainda a surpresa Carlos Vieira e o homem da casa, Ricardo Teodósio, sempre a dar espetáculo, agora com o Ford Fiesta R5 alugado a João Barros. No agrupamento de Produção, e já campeão de 2015, Adruzilo Lopes voltou a ser infalível com o Subaru Impreza e entre as duas rodas motrizes a emoção também falou mais alto, com Marco Cid e Nuno Rodrigues da Silva a conquistarem o título de 2015 desta categoria, controlando à distância as excelentes prestações de João Ruivo e de Diogo Gago, dois excelentes pilotos que poderão contribuir com mais emotividade para o CNR.
Num rali que tem de fortalecer o seu figurino em pisos de terra, a vitória inquestionável de Ricardo Moura não impediu a festa de José Pedro Fontes, o campeão nacional de ralis de 2015. Um ano em que Moura vence 4 provas (Fafe, Açores, Centro e Algarve), Fontes triunfa em 3 ralis (Guimarães, Castelo Branco e Madeira) e Meireles com uma vitória (Mortágua). José Pedro Fontes é campeão com apenas 1,5 pontos de vantagem para Ricardo Moura, equanto João Barros conquistou o 3º lugar em 2015. Esperam-se por grandes novidades para o próximo ano, com um anunciado aumento de competitividade. Assim seja!
por: António Xavier
