Na última especial disputada no Peru, Carlos Sousa e Miguel Ramalho repetiram o 10º lugar da véspera e mantiveram o 11º da geral, mas recuperaram preciosos minutos aos cinco adversários que os precedem na classificação – de Guerlain Chichérit a Pascal Thomasse. Prejudicada apenas por algum pó na fase final do percurso, precisamente quando procurava ultrapassar o buggy do francês que ocupa a décima posição, a dupla portuguesa segue para o Chile com a moral em alta e determinada a recuperar um lugar top-10 ainda antes do dia descanso. Para já, e na etapa que antecede o regresso às dunas e ao deserto do Atacama, o objetivo ficou bastante mais próximo… a apenas 3m20s!
Após dias cinco de competição e mais de 2 mil km cumpridos desde a partida, a caravana do Dakar despediu-se hoje do Peru para entrar em território chileno, numa etapa de transição entre Arequipa e Arica, ao longo de 284 km.
Com percursos diferenciados para motos e carros, a quinta especial deste Dakar foi ainda integralmente disputada em território peruano – a entrada no Chile foi feita já na ligação final – embora com paisagens radicalmente diferentes dos últimos dias, num percurso de 172 km cronometrados (136 km para motos e quads) maioritariamente disputado em caminhos de pedra e com várias passagens por vales e rios.
Décima equipa a largar para a especial – desta vez sem camiões à sua frente – Carlos Sousa e Miguel Ramalho estiveram hoje muito perto de reassumir um lugar no top-10 da geral, recuperando preciosos minutos aos buggys de Boris Gadasin e Pascal Thomasse, respetivamente 9º e 10º da classificação.
“Foi uma etapa sem o grau de dificuldade das anteriores e que exigiu apenas alguns cuidados numa zona mais rochosa do percurso. A especial era muito bonita e guiámos sem problemas, muito concentrados e a um ritmo sempre consistente”, resumiu o piloto português à chegada, após repetir o 10º melhor tempo da véspera, embora à frente dos cinco concorrentes que o precedem na geral.
“Andámos muito bem nas partes mais técnicas e sinuosas do percurso e recuperámos muito tempo ao Pascal (Thomasse), que partiu imediatamente à nossa frente. O problema é que ele afastava-se depois nas zonas mais rápidas, aproveitando a maior velocidade de ponta do seu buggy”, explicou ainda o piloto do SUV Haval 4X4, lamentando apenas algum tempo perdido na fase final “quando o voltámos a apanhar e passámos a guiar no pó dele mesmo até à chegada”.
Em todo o caso, numa especial com 172 km, Carlos Sousa anulou já boa parte da sua desvantagem, mantendo o 11º posto da geral, mas reduzindo para escassos 3m20s a diferença para o francês Pascal Thomasse, enquanto o 9º lugar ocupado pelo russo Boris Gadasin, a quem hoje ganhou quase três minutos, está agora a apenas 4m20s…
“Ainda falta muita corrida e mantém-se tudo em aberto, sendo certo que a passagem pelo Atacama, já a partir de amanhã, reserva sempre muitas surpresas… O carro continua sem problemas e acredito que podemos subir mais alguns lugares na geral até ao dia de descanso. Sem loucuras, mas andando sempre de forma consistente”, prometeu.
Amanhã, a primeira especial disputada em território chileno, entre Arica e Calama, marcará o regresso às dunas e ao inevitável deserto de Atacama, no terceiro maior troço cronometrado desta edição: 454 km. Dunas e areia (muita) fina serão presença constante em dois terços do percurso desta sexta jornada.
Em jeito de aviso aos concorrentes, a organização já fez saber que a chegada ao bivouac poderá ser… tardia!
por: Comunicado de Imprensa