Há sempre surpresas e imponderáveis numa prova africana como o Rali de Marrocos. Há limites para os favoritismos e só na hora de cortar a linha de chegada se podem fazer contas definitivas.
Este ano uma enorme Chevrolet tripulada por um consistente Eric Vigouroux foi mais forte e eficaz nas dunas e areias do deserto do Sahara. Uma vitória impensável, ou talvez não, perante os demolidores Mini de Novitskiy e Holowczyc, que deram nas vistas, venceram etapas, mas que acabaram por não conseguir o objectivo principal que era a vitória.
Vigouroux agarrou com vigor um primeiro lugar para ficar na história da prova marroquina, apesar dos constantes assaltos ao poder, desencadeados pelos Minis ou mesmo pelo Mitsubishi de Guilherme Spinelli. Um português esteve perto do sucesso, mas o azar bateu-lhe à porta. Na derradeira etapa Filipe Palmeiro, o navegador de Krzysztof Holowczyc voltou a vencer ao lado do seu piloto. Apenas uma vingança que serve de consolo para demonstrar a competitividade do conjunto. Nos últimos 171 km do Rali de Marrocos, a segunda posição coube a Spinelli e o terceiro lugar a Novitskiy. Quanto ao português Paulo Ferreira, terminou o dia em 7º lugar entre os automóveis.
Na classificação geral, Vigouroux (Chevrolet) subiu ao lugar mais alto do pódio, seguido por Novitskiy (Mini) e por Spinelli (Mitsubishi). Paulo Ferreira (Nissan) viria a terminar a prova na 9ª posição entre os automóveis.
Nos camiões Elisabete Jacinto (MAN) voltou a brilhar ao conquistar o 3º lugar do pódio atrás dos dois imbatíveis Iveco. De-Rooij obteve uma vitória inquestionável, à frente do seu colega de equipa Miki Biasion, que venceu a derradeira etapa à frente de De-Rooij e de Elisabete Jacinto que foi terceira na etapa de Sábado.
Nas motos Hélder Rodrigues (Honda) vingou-se do azar que o retirou da luta pela vitória. Triunfou na última etapa à frente das KTM de Pedrero-Garcia e Cyrill Després, mostrando que é um dos motard mais competitivos que existe neste tipo de provas. O francês Cyrill Després acabou por triunfar nesta edição do Rali de Marrocos, deixando o espanhol Joan Barreda na segunda posição e o chileno Chaleco Lopez no terceiro lugar. Paulo Gonçalves terminou a prova na 5ª posição.
Rali de Marrocos 2012, um emotivo ensaio para a próxima edição do “Dakar” em tons sul americanos, que já se aproxima a olhos vistos.
por: António Xavier
