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Entrar em Tiro com uma pistola apontada à cabeça

25 September , 2012

Uma hora e meia de explicações e espera à porta de vários gabinetes no edifício onde funcionam os “Serviços de Inteligência” libaneses em Saïda bastou para que nos fosse concedida a autorização formal exigida para podermos aceder à faixa de território encostada à Palestina.Assim que recebemos essa autorização, sob a mera forma de um código, que devíamos indicar nos “check-point” para que os militares consultassem online o nosso processo, não perdemos mais tempo: partimos imediatamente de regresso a Tiro, repetindo o último troço da auto-estrada do sul do Líbano.

Trata-se de uma estrada bastante larga, com muro de betão a fazer de separador central, onde as nossas vulgares “áreas de serviço” são reduzidas à expressão mínima de um furgão estacionado na berma — a maioria dos que vimos eram velhas Volkswagen Kombi, as populares “Pão de Forma” — com uma enorme máquina de café expresso instalada na traseira, por cima da tampa do motor. Quase não há trânsito nesta secção final da estrada, entre Saïda e Tiro. E para que ninguém tenha dúvidas em como a região de Tiro é “quente”, a auto-estrada termina com um repentino estrangulamento onde os condutores têm de descrever vários ziguezagues entre muros de betão, passando por dois controlos miliares: um primeiro do exército libanês e outro da Unifil, a missão das Nações Unidas que controlada esta região.

Entramos em Tiro pelo sector supervisionado pelo contingente sul-coreano dos “capacetes azuis”. mas mesmo com toda a vigilância não nos livrámos de um susto, daqueles em que por momentos ficamos completamente gelados e logo a seguir nos sentimos a ferver: foi quando à entrada de uma rotunda, mesmo ao chegarmos à cidade, uma motorizada com dois miúdos se encostou ao BMW X5 e o “pendura” nos aponta uma pistola à cabeça! Quando ele disse “Pum!”, já tínhamos percebido que era uma brincadeira, executada com um brinquedo, ainda que bastante realista. Apesar do susto, não perdemos a compostura e ripostámos apontando-lhe o indicador com a mão fechada, repetindo o “Pum”. Os miúdos riram-se e continuaram pela rua fora…

Revista Todo Terreno


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