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Great Wall rendida à prestação de Carlos Sousa no Dakar

6 January , 2012

Após cinco dias de corrida, o agravamento das condições meteorológicas na Cordilheira dos Andes, particularmente na passagem pelo Paso de San Francisco, a mais de 4.700 metros de altitude, obrigou a Organização a anular, logo pela manhã, a sexta etapa do Dakar 2012, entre a localidade argentina de Fiambalá e a chilena de Copiapó.

O percurso de mais de 600 km, reformulado ao km 314 para evitar a passagem pelo Paso de San Francisco, foi assim cumprido em caravana por todos os concorrentes, incluindo porque aquele é já apontado como uma das grandes surpresas da corrida automóvel, ao colocar o estreante SUV Haval inscrito pela chinesa Great Wall Motors no sétimo lugar da classificação geral, a pouco mais de 40 minutos do líder Stéphane Peterhansel e a menos de 10 do russo Leonid Novitskiy, que ocupa o sexto lugar da geral.

Numa pausa entre o pequeno-almoço e a partida em direção a Copiapó, onde amanhã é retomada a prova, Carlos Sousa falou dos elogios que tem recebido dos responsáveis pela Great Wall, da curiosidade e interesse que o projeto tem merecido por parte da muita imprensa internacional, mas também da gripe que o condicionou nos últimos dias, da falta de testes com o SUV Haval e, claro, das expectativas para o resto da sua prova.

“Para já, acho que a prova está a correr muito bem, dentro das expectativas que tínhamos traçado, pois estamos a andar regularmente no top-10 e entre o grupo de principais outsiders, já que os MINI parecem ser realmente de outro campeonato…”, aponta o português que este ano se estreia na equipa chinesa da Great Wall Motors.

“Sem competir desde abril passado, acho que começámos até muito bem – sexto lugar na etapa inaugural –, embora os dois dias seguintes tenham sido marcados por uma sucessão de pequenos problemas, entre furos, uma porta que se abria e até uma arreliadora gripe que só agora parece estar a passar e me limitou um pouco fisicamente”, recorda o atual sétimo classificado e melhor português da geral automóvel.

“Claro que queria mais, mas face à juventude deste projeto e às próprias limitações da equipa, temos que ser realistas e dizer que este é o melhor resultado possível nesta altura”, reconhece Carlos Sousa, admitindo que faltaram mais testes ao SUV Haval antes do Dakar:

“O carro é competitivo e tem um ótimo motor. Mas para ir mais além teriam sido necessários mais testes e provavelmente termos feito pelo menos uma prova, como chegou a estar previsto. Como tal não foi possível, muito do trabalho de afinação tem vindo a ser feito aqui, etapa após etapa”, explica o piloto, sem esconder que tem tido algumas dificuldades para encontrar o melhor set-up do SUV Haval.

“Sinto o carro ainda algo saltitante e a traseira sempre muito solta. O problema é que se a prendemos demais, ficámos depois com a temperatura dos pneus demasiado alta. Enfim, é algo que temos que aprender a gerir, tal como o problema de refrigeração do motor que logo na primeira etapa atrasou bastante o meu colega de equipa Zhou (Yong). Por vezes, como ainda aconteceu ontem, temos que refrear um pouco o andamento e estar sempre muito atentos para não ultrapassar o limite”, esclarece.

De qualquer forma, e mesmo apesar de todos estes condicionalismos, os responsáveis pela Great Wall não poupam nos elogios à performance do piloto português:

“Têm acompanhado a prova desde a China e ainda hoje me transmitiram que estão imensamente satisfeitos com o resultado, que está já muito acima das expectativas da marca. E pedem-me para não arriscar, que assim já é muito bom e que é preferível manter do que atacar mais… Mas claro que é difícil chegar até esta posição e dizer que agora basta rolar para a mantermos até ao fim! Quero sempre mais e não vou abdicar de tentar subir qualquer posição. Mas também reconheço que, nesta altura, face à competitividade dos carros em prova, isso apenas pode acontecer devido a problemas que surjam à minha frente. Pensar em ser mais rápido do que os MINI ou mesmo os Hummer é algo que atiraria a minha prova para o campo da irresponsabilidade”, afirma Carlos Sousa, cuja experiência e regularidade lhe permitiram concluir 11 das suas 12 participações no Dakar.

“Antes da prova estive na China e fui recebido pelo presidente da empresa que me quis deixar claro que o resultado não era o mais importante e que estavam mais preocupados com a segurança do que propriamente em fazer um resultado histórico. É uma atitude muito responsável que, face aos condicionalismos desta participação, acaba por ser também realista. Claro que nós, que disputamos a prova, queremos sempre mais e mais. E é isso que estamos a tentar fazer, equilibrando a nossa ambição com o interesse da Great Wall. Desse ponto de vista, penso que estamos a conseguir fazê-lo”, concluiu o português após um terço de prova já cumprido.

A sétima etapa, prevista para amanhã, tem partida e chegada em Copiapó num percurso total de 598 quilómetros, dos quais 444 serão cumpridos ao cronómetro.

De acordo com a Organização, será umas tiradas mais duras deste Dakar, principalmente no momento em que os concorrentes cruzarem a grande cadeia de dunas de Copiapó. Por alguma razão, os veículos têm autorização para chegar ao acampamento até às 18h do dia de descanso (domingo).

 


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