Estamos quase no fim do mundo. Numa pequena vila já na Amazónia peruana, chamada Pilcopata, que é apenas um ponto minúsculo no mapa do Peru. A viagem que nos trouxe até cá foi uma autêntica aventura. Mas daquelas que têm um desfecho feliz. Até porque chegámos muito bem até cá. Extenuados, é certo, mas com a certeza de termos vivido mais uma experiência riquíssima. Única até! Para além deste lugar ser muito peculiar, chegar até cá implica percorrer uma estrada verdadeiramente incrível, que reúne todos os condimentos para despertar sensacoes muito fortes. Desde logo, pela paisagem, de uma beleza extraordinária. Depois, pela pista, sempre a descer, muito estreita e revirada, entre as paredes da montanha e abismos profundos. E podemos ainda falar do trânsito, da sensacao de vermos um camiao aparecer de frente ao virar de uma curva, sem que haja espaco para passarmos os dois. E que dizer das derrocadas, como a que ocorreu minutos antes de passarmos e que deixou a estrada completamente obstruída? Felizmente, foi mesmo uns minutos antes. E demorou apenas uma hora a limpar a terra e as árvores que deslizaram encosta abaixo. Mas podemos garantir que o ruído possante, abafado mesmo, da terra a escorregar montanha abaixo, como que abrindo instantaneamente um corta-fogo, ficará para sempre gravado nas nossas memórias. De resto, que podemos contar-vos mais? Que empatámos o duelo com o Raúl, condutor de um minibus local que substimou as capacidades do nosso Kia Sorento 4WD, bem como a conducao do Paulo Calisto, que hoje foi o “chauffeur” de servico. Pois o Raúl achou que nos dava meia hora de avanco, mas chegámos ao destino ao mesmo tempo…
por: Alexandre Correia