Podíamos dizer que Cuzco nos encanta tanto que não temos vontade de partir e não mentíamos, pois ainda estamos nesta cidade, realmente linda. Esta manhã, levámos o Kia Sorento 4WD ao concessionário local para fazer a primeira inspecção de serviço e como a viatura somente nos foi entregue após o almoço, decidimos não arriscar avançarmos tão tarde para as paragens da Amazónia. Assim, tirámos mais uma bela folga e visitámos tranquilamente esta cidade monumental, onde a história espreita a cada esquina, em edifícios magníficos da arquitectura colonial espanhola. Caminhámos sem rumo durante algumas horas por ruas, ruelas e grandes praças, num passeio intervalado por um almoço surpreendente e por dois “descansos” no café. A surpresa do almoço foi servirem-nos uns rojões de porco verdadeiramente deliciosos, bem fritos, quase crocantes por fora! A conta foi outra boa surpresa: nove euros por dois almoço, acompanhados com água mineral (embora aqui a água da torneira seja tão boa que a bebemos normalmente, mesmo que isso choque os americanos nas mesas em redor…) e uma garrafa de Inka Kola, o refrigerante nacional do Perú. Trata-se de uma gasosa amarela, doce e com vago sabor a lima. Satisfizemos a curiosidade, mas não ficámos clientes. Ficámos sim foi fãs da Plaza de Armas de Cuzco, lindíssima com a sua Catedral, com a Igreja dos Jesuístas ao lado, e todas as arcadas que ao entardecer fervilham de vida. Encostado a uma coluna destas arcadas, olhava apenas o movimento quando um miúdo me puxou pelas calças e me perguntou se podia cantar. Andava a juntar para comprar uns sapatos novos e propôs cantar-me uma canção popular em Quechua, a língua dos andinos, a troco de uma moeda. Só eu o contratei, mas quando cantou, houve mais quem parasse para ouvir. E seguir assim que o miúdo estendeu a mão. Eu paguei pelos outros. Ele mereceu!
por: Alexandre Correia