Não é por acaso que a figura de Sébastien Loeb já faz parte do Museu de Cera Grévin em Paris. Ele é uma autêntica lenda viva, como está a provar precisamente neste momento nas difíceis especiais do Rali de Monte Carlo.
Sébastien Loeb nunca desistiu em Monte Carlo nas suas oito participações, preparando-se para conquistar a sexta vitória, depois dos triunfos alcançados em 2003; 2004; 2005; 2007 e 2008, tudo em provas pontuáveis para o WRC.
A experiência e a classe do melhor piloto do mundo fazem com que a quatro especiais do final da prova tenha “apenas” mais de dois minutos sobre o segundo classificado e mais de três minutos sobre o terceiro. Tudo parece demasiado fácil para o piloto da Citroen que está à beira de festejar 68 vitórias em provas do Campeonato do Mundo de Ralis. Com oito títulos mundiais consecutivos (de 2004 a 2011), Seb ainda é o homem a abater, sem que a receita para tal chegue, mesmo através dos jovens lobos como Ogier ou Latvala, que por vezes apanham distracções da velha raposa para vencer uma ou outra prova do WRC.
Sébastien Loeb parece ter entrado revigorado em 2012, deixando a idade para trás das costas e apoiando-se no equilíbrio proporcionado pelas duas mulheres da sua vida, a esposa Séverine e a filha Valentine, que sempre que podem não deixam de estar presentes nas merecidas pausas do campeão. Segundo Loeb, para guiar rápido e com eficácia, é necessário sentir o corpo e o carro como um só elemento, ou seja tudo tem de se passar como uma acção natural. Este equilíbrio e esta eficácia fazem com que ele seja considerado um piloto do outro mundo, porque neste mundo ele já provou que é mesmo o melhor.
Mas como as provas só terminam no pódio, como diz um amigo nosso, é preciso que Loeb passe sereno pelas quatros especiais de amanhã, e ainda pelo Power Stage de Domingo. O famoso Col du Turini (incluído na especial de Moulinet e percorrido por duas vezes) com um encadeado de curvas que proporcionam muita mão de obra, é terreno impróprio para consumo, mas que Loeb pisa como ninguém, servindo talvez para aumentar vantagem em relação a uma concorrência que está na realidade a anos luz do melhor piloto do mundo.
por: António Xavier






