O campeonato do mundo de ralis está prestes a começar com a mais importante e mítica prova da modalidade, o Rali de Monte Carlo. Na quinta-feira, os candidatos ao título mundial começam a esgrimir pontos fortes e fracos numa luta que durará todo o ano e, no final, definirá, o sucessor de Sébastien Ogier, actual detentor do título.
O francês da Volkswagen é o grande candidato à vitória final. No ano passado, que marcou o regresso da marca alemã ao WRC, o piloto de Gap (curiosamente o Rali de Monte Carlo tem troços disputados nessa região) imitou o seu compatriota, Sébastien Loeb, e foi tão superior que assegurou a conquista do troféu muito antes da época terminar.
Em 2014, Ogier tem grandes condições para manter esta supremacia. O Polo WRC foi o carro mais competitivo de 2013 e a estrutura técnica de Wolfsburgo não vai deixar, certamente, de evoluir o seu automóvel. Mas o francês não corre sozinho e dentro da sua equipa, Jari-Matti Latvala vai querer mostrar que merece ser o próximo finlandês (depois de Gronholm em 2002) a ser campeão do mundo. Também Andreas Mikkelsen, que corre no terceiro Polo de fábrica entra em 2014 com o intuito de lutar pelos lugares do pódio depois de uma época de aprendizagem.
A concorrência também mudou na esperança de se tornar mais forte. A Citroën, que depois de anos de oiro no WRC teve uma época para esquecer com apenas três triunfos (dois para Loeb e um para Sordo) foi buscar Mads Ostberg à M-Sport e recuperou Kris Meeke. O piloto da Irlanda do Norte já foi campeão do mundo júnior com o fabricante francês e tem, agora, a oportunidade de fazer toda a época com o DS3 WRC oficial. Ambos competem com o ónus de levar a marca aos tempos de Loeb, embora saibam que essa tarefa é extremamente difícil.
Na M-Sport, Malcolm Wilson perdeu Thierry Neuville, vice-campeão em 2013, mas recebeu um dos pilotos que mais tempo esteve na equipa de braços abertos. Mikko Hirvonen não foi feliz nos dois anos ao volante do Citroën e tenta, agora, mostrar que ainda é competitivo. O nórdico terá como companheiro de equipa Elfyn Evans no segundo Ford Fiesta WRC, enquanto Robert Kubica, campeão do WRC2, se estreia na categoria máxima também com um carro da M-Sport.
Hyundai regressa
É a grande novidade do campeonato de 2014. A Hyundai está de volta ao Mundial de ralis e desta vez chega com maior ambição. A formação coreana – com departamento de competição sedeado na Alemanha – passou mais de um ano a desenvolver o i20 WRC, seis meses a testar e não se poupou na hora de fazer quilómetros. Contratou o belga Thierry Neuville para fazer toda a temporada e conta ainda com mais três duplas para pilotarem o segundo carro da equipa. Dani Sordo fará os ralis de asfalto e alguns de terra. Juho Hanninen, bem sucedido em competições como o IRC, também terá a sua oportunidade, bem como o australiano Chris Atkinson. Para já, o objectivo da Hyundai é completar os ralis e recolher informação, mas certamente que a meio da época já pensará em resultados mais ambiciosos.
Poucos privados
Para já, há poucos privados inscritos no WRC. Certa é a presença do checo, Martin Prokop. O piloto mantém-se com o Fiesta e apesar de não ter a época garantida, vai fazer quase a totalidade. Entretanto, mais equipas surgirão pontualmente.
por: João Picado