Faltam três dias para o final da grande competição. Parece que tudo começou há pouco tempo, no entanto os concorrentes já somam quase quarenta horas ao cronómetro. Uma imensidão de tempo, que só eles próprios conseguirão explicar. Depois dos respetivos descansos para motos e automóveis o ponto da situação parece claro. Nos automóveis, Nasser Al-Attiyah e o Mini All4 Racing são sem dúvida alguma os grandes resistentes. Apesar de comandar, o príncipe do Qatar não se coíbe de atacar, como demonstrou a vitória na última etapa onde ganhou minutos preciosos à forte concorrência da Toyota. Aliás, se não for Al-Attiyah a vencer este Dakar, será seguramente uma Toyota Hilux, pois os outros (e são muitos) Mini já estão demasiado longe dos seus objectivos. Ainda ontem Nani Roma foi senhor de um aparatoso acidente, capotando por diversas vezes e hipotecando qualquer resultado simplesmente risonho. Este ano, o “Senhor Dakar” não será Peterhansel e para já esse título é merecidamente de Nasser, seja qual for o resultado. Mas quem demonstrou fibra suficiente para contrariar o príncipe foram as duas Toyota Hilux, tando do veterano Geniele De Villiers, como do outro árabe de fibra Alrajhi. Eles são os únicos que ainda podem chegar à vitória. Na etapa de ontem, as Toyota deram uma demonstração de força, mas voltaram a não chegar para Nasser, que continua a comandar, contra tudo e contra todos. Ele conta agora com 28m22 de vantagem para De Villiers e 43m08 para Alrajhi. Depois, está tudo demasiado longe. O 4º é Holowczyc já a 1h23.42 e o 5º Van Loon a 2h51.13. Será que nos poucos dias que restam Al-Attiyah vai resistir à excelente ponta final das duas Toyota? Para já parece que sim. O príncipe e o Mini estão de boa saúde e recomendam-se.
Carlos Sousa e Paulo Fíuza chegaram ao 10º lugar na etapa de ontem, com o Mitsubishi ASX dos portugueses a ocupar o 9º lugar da classificação geral (o único não Mini ou Toyota entre os 10 primeiros).
Ricardo Leal dos Santos tem resistido a inúmeros problemas de percurso. Ontem foi 17º na etapa, ocupando agora o 26º lugar da geral.
Nas motos os portugueses já fizeram muito. Vitórias preciosas para os grandes senhores do Dakar. Paulo Gonçalves, Ruben Faria e Hélder Rodrigues já demonstraram porque são considerados dos maiores motards do mundo. Até o resistente Mário Patrão mostrou o seu valor, sendo obrigado a desistir ontem devido a problemas de injeção no motor da sua Suzuki. E também aqui só há um homem que poderá contrariar um triunfo da KTM. Ele é português e chama-se Paulo Gonçalves, piloto oficial da Honda. O campeão do mundo tem explicado porque merece a confiança da Honda. Neste momento ele é o único piloto Honda que tem hipótese de contrariar o domínio da KTM. Barreda já esteve no comando e ontem voltou a vencer uma etapa. Coma defendeu o seu comando, com um 2º lugar, logo seguido por um inconformado Ruben Faria que foi 3º na etapa a apenas 18 segundos de Coma. Quanto a paulo Gonçalves, tentou controlar a corrida das lebres do dia, atingindo a 5ª posição a 3m46 do vencedor. Hélder Rodrigues foi o 7º a 6m26. Lá na frente continua Coma e a sua KTM, ameaçado pela Honda de Paulo Gonçalves, que é o 2º classificado a apenas 7m35. Depois, vem a brigada das KTM, onde Quintanilla é 3º a 31m42, Price o 4º a 32m06 e Svitko o 5º a 45m19. Uma imensidão de tempo para Casteu o 6º já a 1h41m14 e Ruben Faria, o 7º apenas a 26 segundos de Casteu. Quanto a Hélder Rodrigues, está na 12º posição a 3h22m.54 de Marc Coma.
Um final renhido, sem dúvida, onde apenas o Mini do líder Al-Attiyah enfrenta a pressão das Toyota, e uma única Honda, a de Paulo Gonçalves poderá contrariar uma vitória da KTM.
por: António Xavier