A promessa estava feita há muito tempo, desde que a organização anunciou que a entrada do Peru no figurino desta edição do Rali Dakar iria assegurar um final difícil e, provavelmente, emotivo.
Hoje foi isso mesmo que sucedeu, com a etapa entre Arequipa e Nasca a alterar de novo a liderança da classificação das motos, ao registar-se a ascenção de Marc Coma ao primeiro lugar, passando a dispor de um minuto e 35 segundos de avanço sobre Cyril Desprès, enquanto Hélder Rodrigues permanece tranquilo em terceiro lugar; embora o português da Yamaha tenha concedido mais alguns minutos ao seu adversário mais direto, mantém uma vantagem de mais de 26 minutos sobre Jordi Villadoms, bastando-lhe gerir o esforço para se aguentar à frente do catalão até à chegada a Lima, no domingo.
Quanto aos restantes motards portugueses, Rúben Faria ocupa o 12º posto, Paulo Gonçalves é o 30º, com curta diferença relativamente aos dois pilotos que o antecedem, enquanto Pedro Bianchi Prata é o 45º e está bem colocado para trepar mais três lugares na classificação.
Nos automóveis, assistiu-se à desforra de Robby Gordon (na foto), que literalmente voou sobre as dunas da Pampa Branca e de Nasca, para terminar vitorioso esta jornada, em que fez questão de mostrar publicamente que o Hummer H3 cor de laranja rolou sem o sistema de enchimento dos pneus ativado. E mesmo assim, o norte-americano logrou adiantar-se mais de 23 minutos a Stéphane Peterhansel, que se atrasou como nunca tinha acontecido neste rali, ao ficar plantado na segunda parte de dunas, já próximo do final da etapa.
Joan Roma não teve melhor sorte, pois ao atascar-se pouco mais adiante do seu companheiro de equipa perdeu as chances de inverter as posições e conquistar a liderança, limitando-se a reduzir o atraso para exatamente 20 minutos. Todavia, depois do que aconteceu hoje, em que Peterhansel perdeu 26m.27s. para o mais rápido, esta vantagem não pode deixar o francês tranquilo, tanto mais que amanhã, a caminho de Pisco, não faltarão dunas e areias traiçoeiras!
Oportunidade perdida foi o que sucedeu com Carlos Sousa, que não se atrasou por ficar atascado, nem tão pouco pelo problemas de aquecimento do Great Wall Haval, mas sim devido às dificuldades de navegação que sentiu na entrada da última parte de dunas. Com isso, Sousa desceu para oitavo na classificação, ultrapassado pelo holandês Bernhar Ten Brinke, cujo Mitsubishi se adiantou quase quatro minutos.
A tarefa de Sousa para amanhã vai ser, sem dúvida, recuperar pelo menos o sétimo posto, pois não pode resignar-se desde já, sob o risco de vir ainda a ser alcançado por Ricardo Leal dos Santos. Hoje, o Mini All4 do português foi o nono mais rápido, logo seguido pelo Haval de Sousa, a quem não ganhou senão 40 escassos segundos, pouco relevantes se acrescentarmos que nesta altura a diferença entre ambos se cifra em quase 33 minutos!
Classificação na etapa
Classificação após 12ªetapa
por: Alexandre Correia